terça-feira, 29 de setembro de 2009

A vida em cores

Ultimamente eu tenho notado que ando mais colorida. Nada muito radical nem impactante, mas está lá. E não consigo precisar bem onde começou, se foi pelas roupas, ou pela maquiagem que comecei a usar. Mas comecei a notar definitivamente a partir dos esmaltes. Antes eles eram ou clarinhos e transparentes, ou então muito escuros, em cores vinho tão fechadas que eram quase preto. Neste momento estão coral.




Aí comecei a me questionar para saber o que tinha mudado. Afinal, as épocas que eram para ser coloridas, minha adolescência e juventude, foram sempre muito sóbrias e apagadas, quase sem graça e sem cor. E agora, no final da minha época balzaquiana, me vejo descobrindo as cores. Ou melhor, olhando para elas e vendo vida, graça e beleza. O que mudou? Será que estou me transformando em uma quase-senhora assanhada?

E descobri. O que mudou fui eu, foram meus olhos, a maneira como enxergo o mundo. Desde que me entendo por gente, minhas lentes que filtram aquilo que está ao meu redor tiveram suas cores embaçadas. Não que eu não fosse alegre, mas era uma alegria desbotada. E, com o correr dos anos, as cores vinham e voltavam (mais iam do que voltavam...) e quase se foram completamente. Houveram momentos de cinza completo, alguns de tons tão escuros quanto o céu em dias de tempestade.

De repente, quando já era para eu ter enjoado de tanto colorido, no momento que era para começar a apagar um pouco os tons, eu descubro as cores. Meus olhos começam a enxergar brilho e vida em tudo e, tonalidades antes rechaçadas, passam a ter um 'quê' maravilhoso. Foram as lentes dos meus olhos... Lentes essas que são polidas e limpas pelas alegrias da vida, pelas delícias do amor, pela maravilha de se sentir compreendida e acompanhada, companheira e feliz. Nos últimos anos elas têm sido melhor cuidadas do que antes.

Então eu concluo que sim, alguma coisa mudou. Mas não foram as cores, fui eu. Estou fazendo o caminho contrário, saindo de uma velhice antecipada para uma adolescência tardia. E estou me sentindo ótima!! As pessoas que convivem comigo agradecem, podem ter certeza. A responsabilidade disso? Minha história de vida. Todos os meus momentos, bons ou maus, meus erros, meus tropeços, meus acertos, tudo me trouxe até aqui. E também as pessoas... meus filhos adorados, meus queridos pais, meu amado marido... todos eles colaboraram.

Recomendo a todo mundo: limpem as lentes que enxergam a vida, tirem todo o cinza e o preto. Ela vai começar a ter outro sabor, outro sentido. Deixem os branquinhos e pretinhos básicos... permitam que o coral possa fazer parte da sua paleta também.

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