segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O que é ser feliz??


Hoje eu acordei feliz. Feliz não, estou radiante. Feliz eu acordo todos os dias, o que não quer dizer que eu esteja sempre radiante e de bom humor. Existe uma sutil diferença, para mim, entre essas duas situações. E essa diferença passou a existir depois que eu descobri o que significava, para mim, a felicidade.

Quando eu era adolescente, e durante um bom tempo da minha juventude (será que ainda estou na juventude com quase 37 anos?? rsrs), eu tinha uma outra ideia de felicidade. Achava que só seria feliz se todos os meus momentos fossem repletos de realizações, atitudes teatrais, passarinhos cantando e sinos tocando. Agora me fale: quem tem uma vida assim 24 horas por dia, 7 dias por semana? Somente nos contos de fada mesmo. E isso porque a história termina no "e foram felizes para sempre", caso contrário veríamos as crises conjugais, as TPMs, preocupações com os filhos e tudo o mais. Felicidade assim é irreal.

Eu tenho hoje, como filosofia de vida, que temos momentos de felicidade. Vários deles, grandes ou pequenos, e que juntos, formam uma vida feliz. Mais do que isso ainda, que esses momentos, e a felicidade de uma forma geral, têm muito mais a ver com a nossa forma de encarar a vida e os fatos. Algumas verdades têm que ser aceitas, se queremos viver em paz e harmonia conosco e com os outros.

Uma dessas verdades: as pessoas não são perfeitas e nossas expectativas vão ser frustradas. Se existiu alguém algum dia que não cometeu erro nenhum, era um espírito de luz no final da sua evolução e passou pela Terra por um acaso. Então, sejamos pacientes com as falhas alheias, nós também possuímos um monte delas e esperamos que os outros entendam isso. E, se achamos que não temos, esse é o maior dos deles! E um defeito que quase todos nós temos, pelo menos em algum momento da vida, é esperar que as pessoas façam alguma coisa, sintam algo, ou qualquer outra expectativa que criamos. E o pior, criamos e esperamos que o outro a adivinhe! É certeza de fracasso e tristeza. Não esperar nada torna tudo que venha como lucro, nos liberta para vermos as boas atitudes que partem das pessoas que nos cercam, sem avaliá-las ou medi-las. Não é bom assim?

Outra coisa: aprendi que nós não amamos as pessoas do mesmo jeito todos os dias. E essa variação não depende delas, depende de nós, de como está o nosso humor, nossos hormônios e a conjunção dos astros, entre outras coisas. O fundamental é sabermos se amamos ou se é só entusiasmo e empolgação. Amar de verdade é aceitar defeitos, relevar os erros, ser companheiro... e mais, rir juntos, se divertir, ver as coisas boas, enxergar as qualidades. Se for amor de verdade, não importa se acordarmos um dia com dois pés esquerdos, achando que o mundo todo não presta. Sabemos que esse dia vai chegar ao fim e que essa sensação vai passar, mas o amor vai continuar ali, esperando o primeiro raio de sol conseguir furar as nuvens.

Então, talvez toda a receita da felicidade resida em alguns poucos segredos. Um deles é a paciência. Com nosso marido (namorado, noivo, esposa, ficante), com nossos pais, com os filhos, com o chefe, com os companheiros de trabalhos e, principalmente, com nós mesmos. Pra que levar tudo a ferro e a fogo sempre? Sejamos leves, deixemos as mazelas e as picuinhas de lado. Nós vamos ter dores de cabeça sempre, os problemas jamais vão deixar de existir, mas não precisamos levá-los tão a sério. Não precisamos nos levar tão a sério.

Quanto menos esperarmos, mais teremos. Quanto menos nos frustarmos, mais felicidade. De repente, conseguiremos enxergar que podemos ser felizes praticamente o tempo todo sim. Não como nos contos de fada, mas como seres humanos imperfeitos e limitados que somos. Mas com possibilidades sem limites.

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